Tendências de robótica para indústrias

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É inegável que o avanço tecnológico, além de movimentar as pesquisas acadêmicas, tem modificado a rotina dentro das fábricas. Nesse panorama, a robótica para indústrias, com aplicações práticas e possibilidades inovadoras, tem sido um dos temas mais recorrentes. No livro “Automação Industrial na prática”, o autor Frank Lamb confirma o novo contexto, com robôs industriais cada vez mais presentes em todo o setor de manufatura. É este movimento, da utilização de máquinas dentro da produção industrial, a que se dá o nome de robótica. Sua padronização em nível mundial é regulada pelo ISO 8373, que define o robô industrial como “um manipulador polivalente automaticamente controlado, programável em três ou mais eixos”.

Está enganado quem pensa que a utilização da robótica para indústrias é apenas uma tendência para um futuro distante. Recentemente, a International Federation of Robotics (IFR) divulgou que, somente no Brasil, há aproximadamente 10 mil robôs industriais em funcionamento. A previsão, de acordo com a IFR, é que o número de máquinas dentro das fábricas brasileiras alcance a casa do 18 mil em 2017. Se os números nacionais impressionam, os dados do avanço da robótica em nível mundial mostram a verdadeira dimensão dessa expansão: em 2014, foram vendidos cerca de 225 mil robôs industriais, um crescimento de 23% em relação ao ano anterior.

Eu, Robô

Se a Dra. Susan Calvins, personagem criada por Isaac Asimov, estivesse acompanhando as últimas tendências da robótica para indústria, certamente ficaria orgulhosa. Em seus contos, o escritor idealizou as “Três Leis da Robótica”, do qual um robô não poderia ferir  ou permitir que humanos sofram algum mal, deveria sempre obedecer aos seres humanos (menos, é claro, para ferir as Três Leis) e, por fim, proteger a sua própria existência. Em um comparativo com a ficção, o professor britânico Alan Winfield, em reportagem para a Folha de São Paulo, anunciou que pesquisadores já estão avançando no quesito segurança, procurando desenvolver os chamados “robôs éticos”. Com um senso de perigo aguçado, algumas máquinas estão sendo programadas para proteger os humanos das ameaças de outras ações automatizadas.

As pesquisas desenvolvidas pela equipe britânica respondem a um anseio comum das pessoas: a proeminência das máquinas em diversos quesitos e, em comparativo, a desvantagem humana. Com isso, é natural que haja insegurança em relação a própria integridade físicas dos trabalhadores e possíveis acidentes ocasionadas pelos robôs. A tendência é que a consciência de ameaças e a responsabilidade pelos colaboradores torne a convivência entre homem e máquina pacífica, gerando um relacionamento produtivo.

O mestre mandou

Você manda, ele obedece. Porém, ao surgir uma situação inesperada, o resultado é pane total. É bom começar a dar adeus para esse cenário, pois, agora, o novo caminho da robótica para indústrias é o da automatização inteligente. Atualmente, grande parte das soluções automatizadas requer um alto grau de detalhamento das ações. Os robôs industriais precisam saber exatamente quais são as tarefas e como irão desempenhá-las, passo a passo. Tudo padronizado e extremamente previsível. Contudo, segundo Tanya M. Anandan da Robotic Industries Association, os sentidos humanos (visão, tato, olfato, paladar e audição) devem ser incorporados às máquinas para tornar as operações robóticas mais inteligentes para lidar com situações atípicas. Para isso, as tecnologias que simulam a visão, scanners 3D, scanners a laser e softwares de imagem e mapeamento serão grandes aliadas. O futuro está batendo à porta, ou melhor, à indústria.

Crédito de imagem: blickpixel/CC

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