Movimentação de materiais dentro da fábrica: o que você precisa saber

A movimentação de materiais é todo fluxo de objetos que ocorra no chão de fábrica. A ação inclui deslocamento, armazenagem, proteção e controle de materiais dentro da indústria e também nos processos de distribuição. Quando bem feita, ela acaba passando despercebida dentro do fluxo normal de uma fábrica, afinal a movimentação de materiais em geral faz parte do dia a dia de uma linha de produção.

Em um cenário considerado ideal, a movimentação ocorre de forma segura, com baixo custo e alta eficiência e acurácia (material certo na quantidade e local corretos), sem nenhum tipo de dano material. Para que isso ocorra, é preciso estabelecer regras relacionadas ao cuidado e, a depender da natureza de cada movimentação, também podem ser necessários equipamentos especiais e cuidados extras.

Qual a Importância da movimentação de materiais?

A movimentação de materiais, apesar de parecer uma tarefa aparentemente secundária e corriqueira, é de fundamental importância para a organização dentro de uma fábrica. Para se ter uma ideia da importância dessa fase na cadeia de produção, o custo com movimentação de materiais nos EUA representa cerca de 25% do custo total da manufatura.

Estabelecer processos para que essa movimentação seja eficaz, portanto, pode fazer a diferença no lucro de uma empresa que trabalhe com máxima precisão. Isso sem falar que quando ocorrem falhas, não são raros os casos de perda de produtos, danos em embalagens, ou outros contratempos.

Regras da movimentação de materiais

Cada fábrica funciona de uma maneira singular. Planejar a movimentação de materiais deve ser, consequentemente, uma tarefa fundamental da administração de cada um dos contextos. No entanto, existem alguns princípios que regem a movimentação de materiais dentro da fábrica. Eles podem servir de base para que você e sua equipe criem regras que façam sentido dentro do contexto específico da fábrica em questão. Elegemos os cinco princípios que consideramos principais. Veja abaixo:

#1 Princípio do planejamento

É a base para toda e qualquer rotina. Quando as movimentações são corriqueiras e repetidas, é preciso haver uma metodologia da qual todos os funcionários estejam cientes e saibam repetir de forma padrão. Só assim todos compreenderão quando uma movimentação está sendo feita e se está da forma correta.

Se for o caso de uma movimentação de materiais fora da rotina, ou seja, um deslocamento grande de insumos de um local para o outro, por exemplo, é preciso elaborar um plano específico. Nesse caso, necessidades metas, objetivos de desempenho e métodos devem estar essencialmente definidos. Para isso, é importante a integração entre toda a equipe envolvida (mesmo que indiretamente).

#2 Princípio da padronização

Como já mencionamos, ter processos tão bem definidos a ponto de que todos os funcionários consigam identificar e repetir padrões é fundamental para o sucesso da movimentação de materiais. Isso é imprescindível porque, quando não há rotinas ou padronização, toda e qualquer atividade tende a ser executada de forma mais lenta, ou mesmo ser deixada para depois ou executada de forma errada ou inoportuna.

A padronização ajuda a evitar erros e a dar continuidade aos processos mesmo quando há mudança de funcionários ou ocorrências atípicas. Quando são instruídos sobre o que fazer e quando fazer, dificilmente há inércia diante de pequenas dificuldades e o trabalho tende a fluir naturalmente.

No entanto, é importante ressaltar que padronizar métodos não significa renunciar à flexibilidade, à modularidade e ao rendimento.

#3 Princípio do uso de espaço

O uso do espaço disponível no armazém precisa ser o mais eficiente possível. Para isso, existem diversos modelos de armazenagem, layout, pallets e estantes. Mas lembre-se: otimização de espaço não pode ser apenas usar o máximo espaço possível sem pensar na acessibilidade e facilidade de selecionar itens.

No caso específico da armazenagem de componentes eletrônicos é fundamental estar atento às regras descritas na embalagem. Certos produtos possuem restrições relacionadas, por exemplo, ao número de caixas empilhadas. Desrespeitar essa regra pode gerar danos no material.

Outro detalhe importante diz respeito às condições de temperatura e umidade. Pode ser que, para otimizar espaço no armazém, determinado produto fique exposto ao sol, ou em um local muito úmido, ou mesmo em um canto sem acesso ao ar condicionado. Em qualquer uma das situações citadas, as condições adversas podem causar danos ao produto sem que sequer os gestores do armazém da fábrica percebam.

#4 Princípio sistêmico

Movimentação de materiais e armazenagem devem ser atividades integradas, de modo que formem um sistema operacional coordenado. Nele, estão incluídas atividades como recepção, inspeção, armazenagem, embalagem, seleção, expedição e transporte. Sistematizar significa unir toda a cadeia de suprimentos, incluindo fornecedores, fabricantes, distribuidores e varejistas.

Hoje, já existem softwares que auxiliam as fábricas no gerenciamento de armazéns oportunizando essa visão sistêmica de forma mais simplificada. No entanto, se sua empresa ainda não tem acesso a esse tipo de tecnologia, é desejável ter um gestor que realize a atividade manualmente de maneira eficiente o bastante para evitar perdas desnecessárias.

#5 Princípio da automação

Não só a inteligência do planejamento ganha com o uso da tecnologia, mas a operação física em si também. Quando a automação e mecanização das operações aumentarem a eficiência e reduzirem custos, recomendamos usá-la. Nessas atividades, elimina-se o trabalho manual repetitivo e possíveis passos desnecessários, além de erros humanos. Mas para que a automação seja bem sucedida, os sistemas precisam estar adequados à realidade da sua empresa, tanto em interface, quanto em capacidade de processamento e usabilidade.

Movimentação de materiais em uma montadora de placas eletrônicas

Diferente de uma fábrica com múltiplos materiais, fornecedores e necessidades diferentes para cada produto, o armazém de uma montadora de placas eletrônicas especializada segue basicamente as mesmas regras para todos os produtos. O controle de temperatura e umidade é, portanto, rigoroso e a movimentação de materiais feira de maneira padronizada.

É evidente que cuidados relacionados à entrada e saída de produtos precisam ser vistos com zelo e atenção a todo momento. Componentes de placas eletrônicas são materiais extremamente pequenos e frágeis e por isso precisam de um cuidado redobrado.

Estão armazenados e precisam ser movimentados dentro de uma fábrica tanto os materiais fornecidos pelo cliente para a montagem da placa, quando os materiais que foram adquiridos pela própria montadora para oferecer a seus clientes. Esses dois tipos de produto precisam ficar bem separados e, por meio de critérios padronizados, identificados corretamente e movimentados seguindo os padrões.

Uma montadora de placas eletrônicas de qualidade precisa evidenciar esse tipo de qualidade. Por isso, se você pretende realizar visitas técnicas para verificar qual o melhor fornecedor para a montagem do seu produto, não esqueça de incluir perguntas sobre armazenamento e movimentação de materiais.

Caso tenha interesse em conhecer os processos realizados na Produza e realizar visitas técnicas com o objetivo de fazer encomendas de placas eletrônicas, entre em contato conosco!