Em relação à produtividade da indústria, uma pesquisa recente demonstrou que o Brasil não conseguiu uma alta taxa de crescimento entre os anos 2002 e 2012. A comparação entre 12 países, realizada pela Confederação Nacional da Indústria, apontou para uma taxa de produção por hora de trabalho por ano de apenas 0,6%, colocando o país em último lugar. A Coreia do Sul, primeiro lugar da lista comparativa, alcançou um crescimento anual de 6,7%. No mesmo período, o crescimento acumulado do Brasil alcançou a taxa de 6,6%.
As consequências da baixa produtividade da indústria são imediatas. O mesmo estudo apontou que o custo relacionado ao trabalho de produção, chamado de Custo Unitário do Trabalho (CTU), aumentou em 9% durante todo o período. Dos 12 países analisados, apenas quatro obtiveram aumentos no custos, enquanto os que ocuparam o topo da lista conseguiram diminuir a taxa.
Para reverter a situação, um dos argumentos do senso comum é o da necessidade de um aumento dos investimentos na área. Contudo, de acordo com um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgado no jornal Valor Econômico, o principal ponto a ser apurado não são os investimentos macro ou mais robustos na indústria, mas sim o capital humano e a organização do sistema produtivo.
Saiba como reverter a situação e contribuir para aumentar a produtividade da indústria:
Falar em capital humano é, consequentemente, tratar de investimento interno. Treinar, capacitar e investir nos próprios colaboradores é também uma forma de pensar no crescimento da empresa e da produtividade da indústria como um todo.
Em uma comparação para a reportagem do Valor Econômico, o professor e pesquisador da FGV Pedro Ferreira trouxe dois diferentes cenários em relação a escolaridade e investimentos, com base na Coreia do Sul, país que também é referência no ranking da CNI. De acordo com Ferreira, com a escolaridade similar a da Coreia e mantidos outros fatores, o Brasil cresceria 40% em produtividade. No outro caso, se houvesse a mesma taxa de investimento desde a década de 50, o crescimento seria de apenas 18%.
Com o mercado tecnológico inserindo novas opções a cada momento, a atualização constante e o cuidado com a obsolência se tornam um desafio para a indústria eletroeletrônica, contudo, um desafio necessário. Para alcançar um desempenho positivo de produtividade é essencial dispor de equipamentos de qualidade e com tecnologia atualizada. Em uma pesquisa da Intel, desenvolvida pela Techaisle em 2014, constatou-se que as empresas pequenas desperdiçam cerca de uma semana de trabalho dos seus colaboradores por disporem de tecnologias ultrapassadas, o que equivale a 42 horas anuais de trabalho por colaborador. Os principais problemas apresentados são a lentidão e o travamento de sistemas, em um contexto em que 36% dos entrevistados afirmaram que os computadores tinham pelo menos quatro anos de uso. O uso de máquinas obsoletas aumenta a incidência de problemase, consequentemente, os gastos com manutenção. Com isso, também diminui o índice de produtividade da equipe.
Incentivar a cultura de inovação dentro da empresa é encontrar entre os próprios colaboradores as soluções e ideias necessárias para resolver questões, sejam elas micro, condizentes às rotinas de trabalho, ou macro, impactando o fluxo de processos e a própria produtividade da indústria. Muito mais do que treinar e capacitar, é preciso colher os frutos do investimento dando voz para que os colaboradores possam utilizar o conhecimento apreendido em questões práticas e que o afetam diretamente. Inovar é investir no capital humano para ganhar vantagens competitivas.
Na sua opinião, quais são as principais estratégias a serem utilizadas para aumentar a produtividade da indústria?
Crédito da imagem: geralt/CC
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