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Resíduos industriais: como obter excelência na sua gestão

Resíduos industriais são resquícios ou sobras de processos de manufatura no estado sólido, líquido ou gasoso, ou mesmo na combinação desses. Segundo a NR 25 do Ministério do Trabalho e Previdência, devido às suas características físicas, químicas ou microbiológicas, os resíduos da indústria não se assemelham aos resíduos domésticos, nem àqueles gerados por equipamentos e instalações de controle de poluição e aos efluentes líquidos e emissões gasosas que contaminam a atmosfera. 

Assim, em uma montadora de produtos eletrônicos, os resíduos industriais — também chamados de lixo industrial —  mais comuns, são:

  • Sobra de pasta de solda;
  • Borra da solda em barra;
  • Fluxo para soldagem;
  • Componentes eletrônicos;
  • Scrap de placas eletrônicas.

Além de evitar a geração de resíduos por meio da adoção de melhores processos e tecnologias, os fabricantes também têm a responsabilidade de dar a destinação correta ao lixo industrial. Algumas normas, como a ISO 9001, inclusive exigem que as empresas exerçam controle de resíduos como requisito para a certificação. Não é permitido, por exemplo, o lançamento ou liberação no ambiente de trabalho de substâncias ou materiais que possam colocar em risco a segurança e saúde dos colaboradores.

Neste artigo, veja quais medidas você deve tomar para garantir a eficiência na gestão e descarte de resíduos na sua indústria.

Quais os tipos de resíduos industriais?

Produtos químicos, metais, borracha, tecidos, gases, vidros, papéis, plásticos, fibras e até cerâmicas são alguns dos resíduos industriais mais produzidos. Para facilitar a gestão desses resquícios, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) elaborou, através da NBR 10004/2004, a seguinte classificação dos resíduos sólidos — que engloba resíduos da indústria:

Resíduos Classe I – Perigosos

Resíduos com potencial para colocar em risco a saúde das pessoas e o meio ambiente. Requerem maior atenção dos fabricantes, uma vez que a maioria dos acidentes mais graves — e de maior impacto ambiental — são ocasionados por resíduos desta classe. Tais resíduos podem ser condicionados, armazenados temporariamente, incinerados, tratados ou enviados a aterros sanitários adequados. 

Resíduos perigosos apresentam características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Latas de tinta, óleos minerais, papéis e plásticos contaminados com graxa e varreduras são alguns exemplos.

Resíduos Classe II A – Não-inertes

Resíduos da classe II possuem como propriedades comuns a combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, mas são divididos em duas categorias de acordo com o grau de periculosidade. 

Os não-inertes apresentam baixa ou nenhuma periculosidade, mas são possivelmente contaminantes, pois podem apresentar reações químicas em certos meios. 

Alguns exemplos de resíduos industriais deste tipo incluem:

  • EPIs não contaminados;
  • Tecidos;
  • Poliuretano;
  • Fibras de vidro;
  • Lamas de sistemas de tratamento de águas.

Resíduos Classe II B – Inertes

Não conseguem alterar a potabilidade da água, por isso são considerados rejeitos não contaminantes — sua composição não altera com o passar do tempo — e podem ser destinados a aterros sanitários ou reciclados. 

Veja alguns exemplos:

  • Entulhos;
  • Sucata de ferro e aco;
  • Isopor;
  • Areia;
  • Latas de alumínio.

3 cuidados essenciais na gestão e descarte de resíduos na indústria

Garantir a eficiência na gestão e descarte de resíduos industriais é importante não apenas para atender a legislação, mas também para otimizar os resultados do seu negócio. As organizações que estruturam políticas ambientais e atendem às diretrizes reconhecidas internacionalmente — como a ISO 14001 — se tornam mais competitivas e otimizam a reputação no mercado. Hoje, empresas e consumidores estão privilegiando as organizações responsáveis com o meio ambiente.

O que fazer, então, para ter sucesso com a gestão de resíduos na indústria? Confira 3 cuidados essenciais que você deve observar:

1. Fazer boas escolhas

A preocupação sobre o destino dos resíduos industriais começa na escolha dos materiais. Um exemplo são as ligas metálicas lead free, uma alternativa mais sustentável às tradicionais ligas de chumbo (PB). No Brasil, não existe nenhuma norma que proíbe o uso do metal e há segmentos onde ele é insubstituível. No entanto, as organizações que desejam comercializar produtos na Europa devem adotar a liga livre de PB.

A RoHS (Restrição de Determinada Substâncias Perigosas, em português) — diretiva em vigor desde 2006 — proíbe o uso de seis substâncias, entre elas o PB. Por isso, se a sua intenção é entrar em mercados europeus, a lead free fundamental.

2. Reduzir a geração de resíduos

A automação, otimização de processos e uso de tecnologias avançadas podem ajudar sua fábrica a utilizar recursos de forma mais inteligente, favorecendo a redução dos resíduos. No momento do corte de materiais, por exemplo, o desenho dos cortes pode fazer toda diferença no aproveitamento da matéria-prima. Mas também é importante ter um bom layout de fábrica, garantir o bom funcionamento de máquinas e equipamentos, e estabelecer uma rotina de testes em todas as etapas da linha de produção.

Essas medidas também contribuem para evitar desperdícios na indústria, o que pode não só melhorar a disponibilidade de matérias-primas, como também aumentar a qualidade de seus produtos, otimizar experiência do cliente, elevar a produtividade e reduzir o lead time.

3. Garantir a destinação correta

Tomados os cuidados anteriores, fica mais fácil dar a destinação correta ao que sobrou. Quando se faz boas escolhas, os resíduos são menores, mas ainda existem. Aí entra o conhecimento que a empresa precisa ter sobre os resíduos industriais que são gerados por suas atividades. A reciclagem corporativa é uma opção interessante para lidar com esses materiais. 

Alguns tipos de lixo industrial podem ser solidificados — para fabricação de tijolos, por exemplo —, outros triturados e compactados. Resíduos sólidos, por exemplo, geralmente podem ser descartados em aterros sanitários industriais onde, na maioria dos casos, serão incinerados. 

Resíduos industriais: a importância de contar com uma montadora especializada

A possibilidade de multas não impede que muitas indústrias eletrônicas descartem inadequadamente seus resíduos, e isso é grave. O meio ambiente e as pessoas podem ser impactadas por isso, assim como os negócios. 

Mas as organizações que fazem isso devido à complexidade da gestão de resíduos industriais, têm uma alternativa: a terceirização total

Nesse modelo de negócio — também conhecido como terceirização completa ou turn key — uma empresa delega a produção completa de seus produtos a uma montadora especializada, que se responsabiliza, portanto, pela compra de insumos, armazenamento, montagem, entrega final e gestão dos resíduos. Dessa forma, sua organização pode se concentrar apenas nas atividades mais estratégicas, reduzir custos e entregar para seu cliente um produto de maior qualidade.

Para isso, você precisa buscar uma empresa parceira de confiança, com gestão capacitada, layout fabril flexível, apta a operar a logística e transporte de insumos e componentes com excelência e em conformidade com os padrões de sustentabilidade e qualidade reconhecidos internacionalmente, como as certificações ISO 9001, ISO 13485 — norma que estabelece diretrizes para a gestão de qualidade de dispositivos médicos — e de Boas Práticas de Fabricação (CBPF).

Não sabe se a terceirização é uma boa escolha para sua empresa? Confira o material e descubra:

Marcelo Gouvea

Gerente Comercial PRODUZA S/A

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