[Como bancar um protótipo?] Como funciona um financiamento não reembolsável
Ter acesso a um financiamento não reembolsável é o sonho de muitas empresas que trabalham com tecnologia e querem inovar. Como o nome já diz, o incentivo não funciona como um empréstimo ou dedução fiscal, assim como já abordamos nos posts sobre incentivos para inovação e linhas de crédito. Esse tipo de incentivo funciona, de fato, como um investimento, já que não exige o retorno monetário.
Existem alguns tipos de incentivo possíveis. A ajuda pode vir não só em forma de dinheiro, mas também de divulgação, consultorias, auxílio para contratação de profissionais, etc. O objetivo de todos eles é oferecer o “empurrão” que falta para a empresa deslanchar, seja em forma de conhecimento, network ou dinheiro propriamente dito.
Empresas de qual porte podem se beneficiar?
De todos. O interessante é que, enquanto os demais incentivos são voltados para empresas de grande porte, existem tipos de financiamento não reembolsável voltados os para pequenos negócios ou startups. Como eles têm como principal objetivo a geração de conhecimentos, é comum inclusive que empresa pequenas se beneficiem.
Programas voltados para empresas iniciantes (startups) ou de pequeno porte, inclusive, são mais comuns em alguns segmentos. Grandes empresas costumam ter setores de inovação, mas a estrutura rígida e o medo de ousar acaba colocando os pés no freio. Do outro lado, estão as empresas iniciantes que apostam tudo em boas ideias e procuram nesse tipo de financiamento a grande chance para consolidar sua ideia.
É comum, inclusive, que após o período de incubação, a startup já esteja madura o suficiente para deslanchar e grandes empresas as incorporem. O início de uma ideia inovadora pode exigir tempo de amadurecimento e algum grau de tentativa e erro. Grandes empresas têm preferido apenas observar esse caminho e incorporá-las quando a ideia já está mais madura. Nesse caso, o financiamento não reembolsável torna-se indispensável para quem está começando.
Financiamento não reembolsável: um grande incentivo para inovação
Para conseguir um financiamento não reembolsável a empresa precisa participar de editais e enquadrar-se dentro de regras pré-estabelecidas. Essas regras variam de acordo com o edital, mas em geral são bastante específicas em relação ao tema. Por isso, se você pretende desenvolver uma ideia e quer que ela receba um financiamento não reembolsável, é interessante conhecer antes os temas recorrentes em editais.
Nesse sentido, é importante destacar que não basta ter uma boa ideia, ela precisa estar alinhada com os anseios de desenvolvimento considerados primordiais no momento. O tema sustentabilidade, por exemplo, é frequente. Isso ocorre principalmente porque há um grande anseio por soluções que gerem riqueza sem que isso cause maiores impactos ambientais.
Outra exigência bastante frequente diz respeito a que tipo de conhecimento para a sociedade aquela inovação está gerando. Em geral, incentivos desse tipo estão atrelados a projetos maiores relacionados à ciência do país.
Incentivos como Funtec e o Finep exigem também que haja uma parceria com instituições de ensino. As pesquisas são realizadas dentro das universidades cadastradas, ou seja, a empresa entra como um parceiro e gera conhecimento para a sociedade de forma mais abrangente.
A seguir, separamos uma lista com alguns dos tipos de financiamento não reembolsável mais comuns. Veja como funciona cada um deles:
SEBRAETEC – A principal atividade do programa é atuar como consultor e integrador do meio de inovação. Ele serve principalmente para empresas menores porque auxilia o empreendedor a chegar até os fornecedores que oferecem soluções em inovação mais certeiras. O programa ajuda o empreendedor com cursos, a encontrar mão de obra qualificada, indica parceiros, auxilia a estimar custos e também oferece incentivo financeiro. Para receber a ajuda basta ir até o Sebrae da sua região com o CNPJ da empresa.
Funtec – O objetivo desse tipo de financiamento não reembolsável é apoiar de forma financeira projetos que envolvam pesquisa e desenvolvimento (P&D). Para acessar esse recurso a empresa deve associar-se a uma instância gestora de projetos de pesquisa da Instituição Tecnológica. A exigência é feita pois foi a forma encontrada para aproximar o conhecimento acadêmico do mercado. Essa parceria é importante porque a instituição possui os conhecimentos específicos e será responsável por propor o benefício e orientar o pedido de financiamento não reembolsável.
Finep – Além dos recursos destinados às instituições de pesquisa, os quais as empresas podem atuar como parceiras, o Finep possui recursos direcionados a empresas. Para ter a esse tipo de financiamento não reembolsável também ocorrem editais. Para ter acesso a mais detalhes, acesse o manual do programa.
Consegui o financiamento não reembolsável, e agora?
Empresas que estão começando em geral enfrentam diversas dúvidas quando recebem apoio externo. Em geral, empolgam-se com a ajuda e sentem que não sabem exatamente como aproveitar ao máximo. A seguir, separamos o financiamento não reembolsável em três tipos e damos algumas dicas sobre como não deixar escapar oportunidades:
Capacitações
Quando a empresa recebe incentivos em forma de capacitações ou palestras é fundamental definir uma estratégia para que esse conhecimento se torne sólido dentro da empresa. Isso quer dizer que, mesmo que apenas um membro da equipe participe de um curso ou palestra, ele deve ser instruído a passar esse conhecimento aos demais colegas. Só assim é possível garantir que o conhecimento obtido não ficará restrito a uma única pessoa e traduzirá em conhecimento amplo e duradouro dentro da organização.
Parcerias com instituições
Nos tipos de financiamento onde há parceria com instituições de ensino, a dica é estar aberto tanto a ensinar quanto a aprender. Esse modelo de financiamento não reembolsável surgiu justamente porque as instituições acreditam que essa é a melhor forma de gerar conhecimento. Se a empresa já chega com uma ideia pronta e não está disposta a receber sugestões e orientações, o objetivo não foi cumprido de forma plena. Da mesma forma, os acadêmicos precisam estar abertos a compreender que algumas soluções que funcionam teoricamente, podem não ser as mais eficazes quando se trata de mercado. O diálogo e a troca é o que torna essa modalidade de incentivo tão rica.
Recursos direcionados
Nesse caso, o recurso não reembolsável é direcionado à empresa de forma mais direta. Apesar de parecer o mais vantajoso, traz riscos do ponto de vista da execução. A empresa deve seguir critérios metodológicos bastante rígidos para conseguir prestar contas de tudo que foi feito. Para as empresas financiadoras, o que mais importa é a empresa provar que não poupou esforços para buscar soluções para o problema em questão, não tanto o resultado em si.
Caso a empresa não se sinta segura para cumprir todos os quesitos exigidos no edital, o ideal é procurar uma empresa ou instituição especializada em gerir projetos financiados. Isso evita problemas no momento da prestação de contas e até ajuda a chegar ao resultado desejado mais facilmente.
Instituições especializadas: como elas podem ajudar?
Talvez você esteja se perguntando que instituições são essas que ajudam empresas a participar e cumprir regras descritas em editais de inovação. Trata-se de institutos de pesquisa que se dedicam exclusivamente a orientar a iniciativa privada rumo à inovação. Elas são fundamentais para o ecossistema pois possuem uma ideia mais abrangente sobre o todo e são capazes de indicar os caminhos certos para que a empresa erre menos.
No próximo texto, portanto, falaremos sobre a Embrapii, uma rede de institutos de pesquisa que apoiam projetos e os financiamentos que ocorrem por meio de bolsas para pesquisa básica via CNPQ.
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Post publicado originalmente em 11/08/2016 e atualizado em 09/05/2019.
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