4 erros comuns ao importar componentes

Produzir com qualidade e menor custo é o objetivo de qualquer indústria. Dessa forma, muitas empresas têm percebido as vantagens de importar componentes para a fabricação de placas eletrônicas. Fora isso, existem diversos componentes que a indústria nacional não produz, o que torna a importação obrigatória. Essencialmente, existem dois tipos de importação: simplificada e convencional. A simplificada ocorre via courrier, com taxas mais altas, indicada para amostras, protótipos ou tudo que exigir urgência. A convencional é intermediada por um agente de cargas com desembaraço feito por um despachante aduaneiro, logística door to door ou a contratação de uma trading, que importa diretamente o produto sob encomenda. Para saber mais detalhes, acesse nosso post sobre as etapas para a importação de componentes eletrônicos. O fato é que importar componentes possui muitas especificidades e, muitas vezes, mesmo com um departamento de compras estruturado, a empresa não consegue obter máximos benefícios. Veja quais são os erros mais comuns e procure não cometê-los:

  • Os componentes não chegaram no prazo

Esse é um erro comum ao importar componentes. Diversos imprevistos podem acontecer no trâmite entre a compra e a chegada da mercadoria. Nesse meio tempo, a empresa fica a mercê e pode atrasar entregas e abalar o relacionamento com os clientes. Isso acontece quando, por não ter experiência com o segmento específico, o fornecedor não é o mais adequado. A posição geográfica do fornecedor e do agente de cargas dentro do país que se está importando importa muito. Isso porque pode haver um tempo maior de transporte interno. Outra variável é quantidade de voos/embarques oferecidas pelo agente de carga, isto é, se o agente de carga só fizer embarques nas segundas-feiras, por exemplo, e a sua encomenda chegou nas mãos deles na terça, a carga ficará parada por quase uma semana. Outra potencial variável para o componente não chegar no prazo estimado é a Receita Federal, que pode segurar a carga embarcada por alguns dias para uma inspeção mais detalhada. Para evitar esses problemas ao importar componentes, é melhor que o pedido seja feita com bastante antecedência e, de preferência, que o primeiro lote seja pequeno, para não comprometer o orçamento.

  • O custo para importar componentes foi maior que o esperado

Isso acontece geralmente em empresas que não têm o departamento de compras estruturado. Ao ver o valor unitário da importação, o leigo tende a pensar que é vantajoso, mas esquece de contar os tributos de importação e pode fazer um mal negócio. A dica é: conheça bem e analise todas as variáveis antes de importar componentes, o que parece um bom negócio, pode ser uma cilada.

  • O componente não era exatamente o que a equipe de desenvolvimento precisa

Muitas vezes, quem faz a compra não é a pessoa que desenvolve o produto e não entende do assunto. Como não tem conhecimento específico, acontece de o funcionário confundir componentes parecidos e cometer erros na importação. A consequência é um prejuízo enorme para a empresa, além do atraso na produção. Para que isso não aconteça, recomenda-se que o departamento de compras sempre aprove com a equipe de desenvolvimento a compra de componentes. Uma boa dica é sempre utilizar o Part Number de fabricação dos componentes, que é uma “identidade” única para aquele item, se a compra for efetuada dessa forma, dificilmente ela se desdobrará em um erro.

  • A empresa não possui local adequado para armazenar os componentes

Componentes eletrônicos possuem especificidades de armazenamento para que não se tornem inutilizáveis em pouco tempo. Como, na maioria das vezes, há mais vantagens em importar componentes em grandes quantidades, a empresa fica com um número considerável de peças em estoque. O problema é que, quando não há um local adequado, muitos componentes podem quebrar ou oxidar, gerando prejuízos. Para resolver esse problema só mesmo reservando um espaço adequado para o armazenamento. Não esqueça que caso seja necessário investir no aluguel de uma sala ou galpão, o custo precisará ser incluído no valor da importação.

A recorrência desses problemas tem levado muitas empresas a contratar serviços terceirizados para a importação de componentes. Como eles possuem experiência, conhecimento técnico específico, bons fornecedores e local adequado para armazenamento, dificilmente algum desses problemas ocorre. Além de tirar o peso dessa responsabilidade da equipe técnica, ou mesmo do departamento de compras da empresa, optar pela terceirização do serviço é vantajoso economicamente, pois diminuiu as chances de haver prejuízos.

Você já teve alguma experiência negativa ao importar componentes? Conte para nós nos comentários.

Crédito da imagem: jarmoluk/ CC

Marcelo Gouvea

Gerente Comercial PRODUZA S/A

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