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Montagem de placas de circuito impresso: qual a melhor forma de viabilizar?

A montagem de placas de circuito impresso é composta por tarefas que envolvem múltiplas equipes e até empresas diferentes, no caso da terceirização da montagem. Por este motivo, é importante que tudo seja feito seguindo processos bem delimitados, de forma clara e, de preferência, com o embasamento de todas as partes envolvidas e um cronograma de produção.

 

A maior dificuldade encontrada é que o desenvolvimento de projetos eletroeletrônicos começa com uma equipe determinada que, aos poucos, passa a incorporar novas pessoas e os eventuais parceiros na execução. Em pequenas empresas, e até mesmo nas grandes, não alinhar a comunicação entre todos os envolvidos resulta em dificuldades de comunicação e ajustes que poderiam ser evitados com planejamento prévio.

 

O ideal é que, mesmo antes do primeiro passo, todos os responsáveis por cada uma das etapas sejam eleitos e participem opinando desde a concepção do produto, inclusive o parceiro de montagem. É claro que é impossível prever certas mudanças pelo caminho, mas mesmo elas ficam mais fáceis de transpassar quando o planejamento inicial está claro para todos.

 

Passo a passo para a confecção de placas de circuito impresso sem retrabalho

O retrabalho é um dos maiores inimigos da confecção de placas eletrônicas. Um bom produto quase sempre é desenvolvido por múltiplas equipes. Cada uma delas, em sua expertise, sabe o que é melhor para o desempenho do resultado final.

 

A equipe de design do produto, por exemplo, a princípio nada tem a ver com a de execução de montagem de placas. No entanto, se ambas estiverem juntas desde o início do projeto, podem pensar em soluções melhores para aliar funcionalidade e beleza sem prejudicar o funcionamento do equipamento.

 

A seguir, separamos passo a passo alguns detalhes que devem ser observados no momento de viabilizar a confecção de placas de circuito impresso. Veja como é importante prestar atenção em cada um deles:

 

  1. Projeto

Ele deve ser realizado por uma equipe especializada e levar em conta fatores específicos relacionados à montagem, como o tamanho da margem ou a proximidade dos componentes, por exemplo. Nesse ponto fica evidente o por quê de envolver a montadora desde o início. Aqui as orientações sobre os parâmetros ideais para o funcionamento das máquinas já podem ser repassadas.

 

Um bom projeto também leva em conta fatores externos, como custos, mercado, qualidade das peças escolhidas, entre outros.  Nessa etapa o trabalho interdisciplinar também torna-se fundamental. Uma equipe de projetos bem alinhada com a de compra de materiais certamente pensará em uma solução custo-benefício muito mais interessante para a empresa e competitiva para o consumidor.  

 

2. Compra de materiais

Empresas que optam por internalizar processos de compra de materiais para a montagem de placas eletrônicas podem ter problemas. Devido à grande especificidade, se a equipe não está habituada ou treinada, é comum que se faça a exportação de componentes errados (os nomes são parecidos e às vezes uma letra muda tudo).

 

O ideal é que tudo seja checado e validado com as demais equipes. Aspectos como obsolescência devem ser checados e, em casos de escolha por produtos muito perto da data final de fabricação, devem ser substituídos por outros. Essa substituição deve ser embasada pela equipe técnica, nunca diretamente pela de compras.

 

3. Entrega do kit

Se a sua empresa optou pela contratação de uma CM especializada, mas não a envolveu no processo desde o início, tudo bem. No entanto, antes da entrega dos kits para a confecção da placa de circuito impresso, é importante adaptar o material para as necessidades de montagem.

 

Componentes em fita ou pedaço de fita, por exemplo, precisam passar por customizações para o encaixe perfeito nas máquinas. Essas especificações vêm direto da montadora e precisam ser alinhadas antes do trabalho começar de fato. Componentes fora do padrão, ou que não tenham sido comprados em quantidade suficiente para suprir a margem de erro exigida pelos equipamentos de montagem, não serão aceitos ou não darão a garantia de entrega do lote completo.

 

4. Acompanhamento da montagem

O acompanhamento da montagem é uma etapa fundamental na confecção da placa de circuito impresso. É importante  observar se a CM escolhida possui a capacidade técnica adequada e preenche os pré-requisitos para a obtenção do melhor resultado possível. Nesse caso, é interessante realizar visitas técnicas e observar a reputação da montadora, isso será um diferencial no resultado final.

 

Durante a montagem em si, deixe claro os acordos e prazos necessários para o bom andamento do relacionamento de ambos. É essencial que tudo esteja documentado e que mesmo os imprevistos tenham um plano de ação previsto.

 

As etapas da montagem também devem estar descritas em um documento chamado folha de processos. O passo a passo detalhado deverá ser aprovado pela equipe técnica e seguido rigorosamente pela equipe responsável pela montagem.

 

5. Testes funcionais

A confecção de placas de circuito impresso termina com a fase de testes. Eles devem ser feitos em uma amostragem de produtos ou, se for um lote pequeno, na totalidade deles. Se possível, o ideal é testá-las no produto o mais pronto possível. Isso porque ela pode sofrer interferências que só podem ser percebidas com todas as peças encaixadas e o produto montado.

 

Perceber falhas somente nessa etapa é uma das descobertas mais difíceis, pois exige a compreensão do que está dando errado e talvez até a necessidade de desmanchar partes, refazer o projeto ou mesmo perder parte do esforço dedicado. É por isso que salientamos, desde o início do texto, a necessidade de ter uma equipe multidisciplinar que acompanhe o produto desde a sua concepção. Com muitos olhos e opiniões vistas por âmbitos diversos, problemas como esse dificilmente irão acontecer.

 

Boas práticas na montagem de placas de circuito impresso

Agora que já falamos sobre aspectos gerais relacionados às equipes e processos da confecção de placas de circuito impressa, falaremos agora sobre cuidados físicos. Planejamento e execução são fundamentais, mas só são possíveis se os cuidados com os materiais também estiverem em dia. Veja alguns deles:

 

  • Armazenamento e manuseio de componentes

Componentes em bom estado de conservação são parte fundamental da montagem de placas de circuito impresso. A maioria dos componentes possui necessidades especiais de armazenamento em relação à umidade e temperatura que devem ser respeitados rigorosamente. Eles estão descritos na embalagem de cada produto, mas nem sempre são levados em consideração quando a empresa não é experiente nesse tipo de montagem.

 

  • Pasta de solda

A aplicação de pasta de solda é uma das etapas mais importantes da montagem de placas eletrônicas, e também uma das maiores fontes de erros. Além de um bom equipamento para a realização da tarefa, é fundamental que alguns cuidados com a própria pasta sejam levados em consideração tais como: estêncil em boas condições, apoio do equipamento, qualidade da pasta, limpeza, entre outros.

 

  • Inserção de componentes

Deve ser altamente precisa, especialmente em placas com componentes muito pequenos ou críticos como BGAs nas quais a distância entre os balls exija uma perfeita centralização do componente. Hoje já é possível executar a montagem de equipamentos cada vez menores e com múltiplas funções. Porém, esse tamanho reduzido requer ainda mais cuidado e tecnologia agregados.

 

  • Refusão

Cada placa exige uma temperatura ideal de refusão e ela só pode ser medida com o sacrifício de uma placa piloto. Só assim é possível saber a temperatura ideal para a refusão perfeita, com solda de qualidade, mas sem danificar a placa. Tanto aquecimento demais quanto de menos causam danos muitas vezes irreparáveis no resultado final.

 

Por que optar pela terceirização total da montagem de placas de circuito impresso?

A terceirização total é um tipo de contrato no qual a montadora de placas eletrônicas fica responsável por todas as etapas, desde a compra até os testes. Optar por esse tipo de relação é vantajoso para as empresas porque confere ao processo uma segurança muito maior na execução.

 

Como a CM participa necessariamente desde o início, não há chances de ocorrerem erros relacionados às compras de componentes fora do padrão, erros decorrentes de pasta de solda vencida ou mal colocada, equipamentos inadequados para montagem, entre outros.

 

No entanto, é preciso ter certeza de que o parceiro escolhido está apto para o cumprimento da tarefa. Sendo assim, pesquise e observe cuidadosamente o trabalho antes de fechar negócio.

 

Caso tenha interesse em saber como a Produza trabalha, entre em contato conosco!

Marcelo Gouvea

Gerente Comercial PRODUZA S/A

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