A gestão da demanda e previsão no setor industrial é uma das atividades que mais apresenta desafios dentro da cadeia de produção. Uma produção superestimada pode representar prejuízos para a empresa e desperdício de insumos. Já uma previsão subestimada representa falta do produto no mercado e a perda da oportunidade de lucrar mais. Esse pensamento, mesmo que simples de entender, na prática torna-se um desafio complexo: como saber se haverá aumento na demanda por determinado produto? A resposta está na gestão de dados e no conhecimento profundo do mercado e do produto em questão.
Fazer a previsão de demanda da maneira correta é uma das atitudes mais importantes dentro de uma linha de produção, visto que as decisões tomadas em relação à demanda influenciam em todos os outros processos da organização. Apesar de variar muito dentro de cada realidade, algumas dicas são comuns e podem servir para a gestão da sua empresa. Veja a seguir:
Por ser uma área extremamente estratégica para a indústria, ter a gestão da demanda e previsão como uma prioridade pode ser decisivo para diversas decisões que ocorrem todos os dias. Vamos supor, por exemplo, que a demanda por televisores aumente durante a Copa do Mundo ou algum evento esportivo da mesma grandeza. Esse aumento vai impactar o setor de estoque, que vai ser mais demandado pelo esvaziamento rápido e pelo recebimento de novas mercadorias fabricadas. Caso não tenha sido previamente preparado, é possível que o setor não trabalhe de maneira tão eficiente quanto de costume e cometa erros.
Por sua vez, o aumento de itens produzidos vai impactar no serviços de transporte, exigindo uma mudança no gerenciamento de toda a cadeia. Se, antes mesmo de começar a produzir mais itens, o setor responsável pelo transporte não previu o aumento da demanda, é provável que haverá mercadoria parada e perda de agilidade no processo, ocasionando a perda de vendas por falta de estoque na ponta final.
Em uma situação oposta, caso a demanda diminua por questões sazonais, a gestão da demanda e previsão também é fundamental. Esses períodos precisam ser aproveitados para, por exemplo, ajustar a carteira de pedidos ou fazer a manutenção do maquinário das linhas de produção. Imagine precisar realizar esses ajustes, de forma emergencial, justo no momento de maior demanda. Certamente seria o caos.
Apesar de os algoritmos estarem cada vez mais eficientes em perceber tendências e realizar previsões de demanda, alguns imprevistos podem acontecer. Nesse caso, a gestão da demanda e previsão também pode se preparar. Tudo depende de um bom planejamento, mesmo com demandas incertas.
Uma gestão da demanda e previsão eficaz permite que a indústria alcance melhores índices de desempenho. Ter a indústria organizada é fundamental para realizar o gerenciamento de dia a dia, mesmo em momentos nos quais há uma alta ou baixa inesperados. Essa gestão pode ser auxiliada pela tecnologia, mas tem como princípio boas práticas antigas, como por exemplo:
Menor nível de estoque: ter um estoque bem abastecido não significa que a empresa está pronta. Pelo contrário, pode significar produto parado. É ruim também quando os níveis estão muito baixos, demonstrando que há uma falha na velocidade de produção. A regra é estabelecer níveis ideais e tentar mantê-los continuamente.
Melhor nível de serviço: O produto precisa estar na hora e lugares certos. De nada adianta ter um bom estoque na loja que fica no norte do país se a maior demanda está no sul. A inteligência de gestão de demanda e previsão também precisa contemplar esse tipo de demanda e, caso haja alguma movimentação inesperada, reparar a falha precisa ser simples e fácil para quem está na ponta.
Vimos até aqui que a gestão da demanda e previsão pode ser decisiva para a boa administração. Mas o que acontece quando isso não ocorre? Erros na gestão da demanda e previsão podem trazer impactos muito negativos na cadeia de suprimentos da indústrias, como:
Discrepância e flutuação da demanda imprevista: a indústria precisará utilizar recursos não previstos, se desfazendo de produtos emergencialmente (dando descontos) ou recompondo o estoque (pagar horas extras).
Redução do estoque de segurança: a indústria poderá ficar refém da escassez de matérias-primas, atrasos de pedidos, problemas com fornecedores, entre outros imprevistos.
Esses dois fatores geram baixa flexibilidade de resposta da cadeia, atrasos de entrega e perda de vendas. Por isso, uma boa gestão da demanda e previsão é fundamental no setor industrial.
Uma fábrica que tem o controle total sobre a sazonalidade da venda de seus produtos em geral não costuma errar. Os dados em relação às vendas somados às expectativas de mercado costumam dar conta dessa gestão. Mas e quando a demanda é muito maior do que a capacidade produtiva? Ficar sem vender certamente não pode ser uma opção. É por isso que ter uma rede de apoio para esses casos é fundamental. Seja em super demandas programadas ou não, a terceirização de partes da produção é vantajosa pois:
Ter insumos em estoque para casos de emergência pode significar prejuízos. Como não é certo que serão usados, representam apenas um desperdício de espaço dentro da indústria. Isso sem falar que exigem cuidados assim como o estoque corriqueiro. No caso da terceirização da montagem de placas eletrônicas, por exemplo, fica sob a responsabilidade da empresa contratada gerir os componentes e cuidar para que estejam em boas condições caso o cliente precise. Como possuem clientes de vários tipos, não é desvantajoso manter estoques de insumos que são comuns a muitas placas eletrônicas. Pelo contrário, é interessante adquirir grandes lotes para manter bons preços.
Algumas vezes, mesmo que a fábrica tenha capacidade produtiva para a realização da tarefa, não vale a pena criar um novo turno ou comprar um novo lote de material somente para suprir o aumento de demanda. Nesse caso, parte dela pode ser terceirizada. O mesmo vale para quando a demanda está muito baixa. Às vezes vale mais a pena contratar um terceiro para a execução da tarefa e deixar a fábrica concentrada em outras atividades do que esforçar-se para internalizar tudo.
Momentos de grande demanda podem sobrecarregar máquinas e exigir muito da estrutura física da fábrica. Por mais que seja possível trabalhar em turnos alternativos, as máquinas também devem ter momentos para a manutenção, revisão e setup. Esses pequenas paradas podem significar quedas na produção que podem ser compensadas pela contratação de uma empresa terceirizada. Assim, a produtividade se mantém estável sem a necessidade de sacrificar o maquinário e degradar o espaço físico da fábrica.
Uma demanda muito grande também não é interessante para o estoque. Caso não esteja preparado para isso, o maior volume de materiais pode causar certa confusão e prejudicar o bom funcionamento das atividades rotineiras. Com algumas tarefas sendo executadas paralelamente em outro espaço físico, esse tumulto acaba sendo evitado.
Infelizmente, em momentos de demanda muito alta, as falhas na produção são mais comuns de acontecer. Seja porque trata-se de algo fora da rotina, seja porque há a contratação de pessoas temporárias ou mesmo por falhas inerentes ao processo. Dependendo da dimensão do erro, o prejuízo pode ser alto e não compensado pelo incremento da demanda. Nesse caso, a contratação da montagem terceirizada é vantajosa porque qualquer falha fica sob responsabilidade da empresa contratada. O mais interessante é que esses erros não costumam acontecer. Por haver uma divisão de tarefas, nenhuma das empresas fica sobrecarregada e ambas podem trabalhar em níveis altos de excelência. Isso sem falar que uma empresa contratada costuma ter expertise no segmento específico que atua, o que faz com que atinja altos níveis de satisfação para aquilo que entrega.
Sendo assim, a gestão da demanda e previsão deve contemplar também a rede de apoio. Com boa gestão e múltiplas possibilidades em casos de imprevisto, a indústria pode maximizar os lucros e manter os clientes sempre satisfeitos.
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Post publicado originalmente em 18-12-2015. Atualizado em 13-09-2018 e em 04-10-2018.
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