O que é RoHS e por que sua empresa precisa dela para exportar para a Europa
Você sabe o que é RoHS e como ela influencia no processo produtivo da sua empresa? Essa lei proíbe o uso de seis substâncias, uma delas é muito utilizada na solda de placas eletrônicas. A lei não afeta as operações brasileiras, no entanto, pode ser um obstáculo para quem deseja exportar para a Europa.
Quer saber mais sobre o que é a RoHS e quais são os impactos dessa lei para as relações comerciais da sua empresa? Continue lendo este artigo e entenda melhor sobre o assunto!
O que é RoHS?
A RoHS (Restrição de Determinadas Substâncias Perigosas, em português) era uma diretiva europeia que entrou em vigor em 2006. Desde 2011, quando se tornou lei, a RoHS proíbe o uso de seis substâncias: entre elas, cádmio (Cd), mercúrio (Hg), cromo hexavalente [Cr(VI)], bifenilos polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs) e chumbo (PB). Esse último, é comumente usado na solda de placas eletrônicas. Uma segunda versão da norma, a RoHS 2 (2011/65/EU) se tornou lei em 2011 e entrou em vigor em 2013. Em 2015 foram adicionadas outras substâncias, os ftalatos (DEHP, BBP, DBP e DIBP), mas a norma só entrou em vigor em 2019.
As diretivas são regulamentos da União Europeia mas têm impacto em todo o mundo, já que muitos países exportam para a Europa. Elas surgiram de preocupações ambientais relacionadas ao tempo de uso e ao descarte de produtos de vários setores industriais e hoje servem de exemplo para diversos países do mundo que também querem melhorar suas práticas em relação ao lixo eletrônico.
As empresas tiveram que compreender as exigências e absorver os custos mais elevados na cadeia produtiva, além do tempo de adaptação. No entanto, os benefícios mostraram-se efetivos, uma vez que a preocupação com resíduos aumenta, especialmente neste segmento.
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O que as empresas brasileiras precisam para se adequar a RoHS
Para atender às exigências, fornecedores brasileiros precisaram adequar-se à necessidade de realização de análises químicas para controle de qualidade e adaptações tecnológicas em produtos e processos. Uma dessas adequações é a solda lead free, sem chumbo.
A solda tradicional era composta de 60% de estanho (Sn) e 40% de chumbo (Pb). Agora, o chumbo é substituído por prata, cobre e zinco, isso porque o chumbo é um elemento químico capaz de afetar praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo humano, especialmente o sistema nervoso central, e prejudicar o meio ambiente.
Para garantir o cumprimento dessas normas, fabricantes, representantes autorizados, importadores e distribuidores devem entender as exigências e adequar seus produtos a elas.
Um desafio comum enfrentado é a alta temperatura de fusão dos componentes das placas sem chumbo, que podem causar problemas em outros componentes da placa não tolerantes à temperatura elevada.
A responsabilidade é de todos para que o produto final que será inspecionado não seja barrado na fronteira do país.
A RoHS já foi implantada no Brasil?
No Brasil, não há uma norma específica que elimine as substâncias descritas na RoHS. Porém, os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, ao adquirir bens, devem exigir critérios de sustentabilidade ambiental, entre eles “que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS”. Desse modo, fica evidente que a importância da mudança é reconhecida, mas ainda não é regulamentada.
Com o objetivo de mudar esses parâmetros, grupos de trabalho estudam para a implantação da RoHS no Brasil. Criado no dia 05 de abril de 2018 é formado pela Comissão Nacional de Segurança Química (CONASQ) e tem como objetivo discutir e propor estratégias para novos arranjos da legislação.
Leia também: Sustentabilidade na indústria eletroeletrônica: um panorama nacional
Quais são os impactos para o meio ambiente?
Quando paramos para pensar que há milhares de equipamentos eletrônicos em latas de lixo ou aterros a céu aberto (muitos sem nenhum tipo de controle químico), a RoHS torna-se mais que uma lei, mas uma obrigação de uma empresa que se preocupa com o mundo em que seus clientes vivem.
As substâncias descritas na lei são nocivas à exposição constante pelo contato com a pele e inalação. Desse modo, torna-se perigosa desde a manipulação dos trabalhadores na fábrica até aqueles que terão contato posterior, com o descarte incorreto em lixões. Há impactos expressivos a longo prazo no solo, água e atmosfera, caso haja queima desses produtos de forma desorientada.
Por isso, é importante se preocupar com a escolha das substâncias empregadas na liga e também com a logística reversa dos produtos. Empresas realmente preocupadas com a destinação dos resíduos que produzem estão comprometidas com o lixo mesmo depois que ele está na casa do consumidor. Políticas para a criação de pontos de coleta e campanhas de conscientização são mais comuns.
A boa notícia é que, mesmo com as normas ainda não tão bem definidas no Brasil, algumas empresas que ainda nem exportam para a Europa, aproveitaram a diretiva e mudaram fornecedores e processos de produção. Essas organizações possuem uma política de desenvolvimento sustentável e responsabilidade ambiental bem definida.
Escolha um parceiro que está apto a utilização das normas RoHS
A Produza é uma montadora de placas eletrônicas que está apta a utilizar as normas RoHS em suas práticas de produção. Escolher um parceiro que já esteja adaptado a essas diretrizes é importante pois há antecipação de normas que, mais cedo ou mais tarde, devem virar exigência em outros países.
A preocupação ambiental também se mostra um fator diferencial, uma vez que os consumidores são cada vez mais exigentes e optam cada vez mais por empresas que priorizem métodos ambientalmente mais corretos. Isso vale não só para a empresa em si, mas também para toda a rede de parceiros.
Há certificações que exigem a verificação de todos os fornecedores. Por esse motivo, escolher o parceiro errado pode resultar em não alcance de um selo de qualidade. Rever seus processos e observar seus parceiros e fornecedores é uma atitude válida e alinhada com os anseios do futuro.
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E você, já pensou nos benefícios da RoHS a longo prazo? Concorda com a diretiva? Deixe seu comentário.
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