Você já parou para pensar que a geração de crianças e adolescentes de hoje já nasceu com a presença da internet? Os integrantes da geração y, também conhecidos como Millennials, possuem um modo de pensar e interagir com a tecnologia completamente diferente das gerações anteriores e, por isso, as invenções criadas por eles nos próximos anos devem ter a conectividade e a automação como atores principais. Refletir sobre isso e aproveitar as oportunidades que essa nova realidade irá oferecer é essencial para as indústrias, especialmente as que trabalham com tecnologia.
Ninguém sabe com certeza como será o mundo daqui 10, 20 ou 30 anos, mas há previsões. Separamos algumas suposições sobre como será a realidade criada pela geração y e como a indústria terá que adaptar-se a essas mudanças.
Elas serão cada vez mais inteligentes, interativas e eficientes. Diversos países do mundo já estudam como fazer com que trânsito, sistemas de coleta de lixo, iluminação pública e a oferta de serviços básicos à população, por exemplo, sejam automatizados. As ideias já existem e a maioria das tecnologias para que elas sejam colocadas em prática também. Cabe, portanto, à indústria observar esse tipo de demanda e criar produtos que atendam necessidades nesse sentido. A geração y não admitirá, por exemplo, perder horas no trânsito sem fazer nada.
Empresas como a Audi e a Google já estão em avançado desenvolvimento de veículos autônomos que permitirão que as pessoas executem outras tarefas enquanto estão no carro, como comer, responder e-mails ou o que desejarem e for possível. A expectativa é que o trânsito torne-se mais eficiente (já que o carro autônomo é capaz de planejar as melhores rotas) e que as pessoas fiquem menos estressadas.
A colaboração e a conectividade também serão fatores protagonistas nas relações com as pessoas e as cidades criadas pela geração y. Por meio de aplicativos, será possível criar maneiras colaborativas de transporte por meio de caronas, por exemplo, diminuindo a quantidade de carros na rua ou a necessidade de depender do transporte público.
A casa das pessoas pertencentes à geração y deverá ser totalmente conectada à internet. A geladeira avisará sobre a necessidade de comprar um item que você precisa e será capaz de oferecer o produto em promoção, por exemplo. O ar condicionado saberá a temperatura lá fora e ajustará a da casa para que se torne mais confortável. Tarefas domésticas? Ficarão cada vez mais simples e raras. A casa terá sistemas de auto-limpeza e as pessoas mais tempo para descanso ou para executar outras tarefas.
Outra característica que deverá ser muito presente na vida das pessoas da geração y é a menor necessidade de posse dos objetos e a valorização do uso que eles têm. Cada vez mais aplicativos permitirão alugar, emprestar ou trocar bens como batedeiras, secadores de cabelo e até mesmo carros. Essa mudança de comportamento, caso aconteça, afeta diretamente a indústria, que passará a ter que produzir bens mais duráveis e com preços talvez não tão acessíveis.
Outra mudança que pode impactar muito a indústria é a popularização das impressoras 3D. É possível que elas sejam capazes de imprimir cada vez mais objetos de diferentes materiais. Caso isso aconteça, a lógica de venda de produtos muda: a indústria passará não mais a vender o objeto, mas o software para impressão.
Talvez as relações de trabalho que conhecemos hoje, dentro de pouco tempo, mudem completamente. Isso porque há uma forte tendência de crescimento de tarefas sob demanda e não mais a empregos fixos. Já foi bastante abordado o fato dos integrantes da geração y serem empreendedores e adaptarem-se melhor a horários flexíveis (leia aqui e aqui).
É evidente que deverão existir mecanismos para modificar sistemas de previdência e outros benefícios do emprego com carteira assinada, mas as vantagens parecem ser mais significativas quando se leva em conta o perfil da geração y.
A remuneração será feita de acordo com a precisão e o número de tarefas executadas. Para gerenciar isso, cargos de chefia ficarão cada vez mais raros, já que máquinas e robôs poderão fazer esse gerenciamento de tarefas.
As pessoas da geração y estarão cada vez mais conectadas com as máquinas, em especial os smartphones. É possível até que eles sejam implantados na pele e as pessoas tenham possibilidade de saber sobre condições físicas e até que remédios sejam colocados na corrente sanguínea imediatamente. Apesar de bastante interessante, os riscos que essa realidade traz para a segurança pessoal, de dados e de privacidade são imensos, por isso ainda precisamos evoluir muito nesse sentido.
As impressoras 3D também podem estar presentes nos corpos humanos. Há estudos para que elas sejam capazes de imprimir órgãos e tecidos. Isso será útil tanto para transplantes quanto para pesquisas. Claro que diversas questões éticas deverão surgir nesse sentido.
Com tanta informação, é provável que governos tenham muito mais dados para tomar iniciativas. A opinião pública será mais facilmente acessada, o que de certa forma já acontece, mas será cada vez mais forte.
A economia também terá mudanças. Moedas independentes, chamadas bitcoins, serão cada vez mais comuns. Haverá, portanto, mudanças em toda a rede de negociações e, claro, com consequências também para a indústria, que deverá oferecer a possibilidade de vender e comprar produtos e insumos por meio de moedas como essas.
Essas são apenas algumas previsões sobre como a geração y poderá mudar a forma com que as pessoas se relacionam com o mundo. As consequências dessas hipóteses ainda são só previsões, mas o fato é que todos nós precisamos estar atentos.
Qual a sua opinião sobre a geração y? Conte para nós nos comentários.
Crédito de imagem: StartupStockPhotos/CC
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