A sustentabilidade industrial refere-se à integração de práticas que visam uma maior consciência ambiental nas atividades da indústria. Promover a eficiência no uso de recursos e a redução de resíduos são alguns dos objetivos.
A adoção de tais práticas contribui para a preservação ambiental e gera vantagens competitivas, como a redução de custos operacionais e a melhoria da imagem corporativa.
Por outro lado, a ausência de sustentabilidade nos processos industriais resulta em danos irreparáveis ao meio ambiente, aumento da poluição e até mesmo problemas legais, prejudicando a saúde pública e a imagem das empresas.
Neste artigo, conheça os benefícios da sustentabilidade industrial, sua importância e quais são as maiores tendências do assunto. Confira!
A sustentabilidade industrial diz respeito à implementação de práticas que visam reduzir o impacto ambiental das operações de uma indústria.
A otimização do uso de recursos, a diminuição de resíduos e emissões, a adoção de tecnologias e processos que promovam a eficiência energética são algumas dessas iniciativas.
A finalidade é criar um ciclo produtivo que seja tanto viável economicamente quanto ecologicamente responsável, garantindo que as atividades nas indústrias possam coexistir de maneira harmônica com o meio ambiente.
A sustentabilidade industrial busca integrar práticas sustentáveis aos processos produtivos, assegurando a eficiência econômica, social e ambiental das indústrias.
Para implementá-las, alguns aspectos devem ser considerados, como:
Conforme pesquisa da Amcham Brasil, 71% das organizações implementaram ou iniciaram práticas de ESG.
Um outro levantamento, agora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 89,1% das indústrias entrevistadas realizaram pelo menos uma iniciativa ou prática ambiental.
Ao adotar práticas sustentáveis, as indústrias reduzem o consumo de recursos naturais, minimizam resíduos e emissões e promovem a saúde do ecossistema.
Além disso, a sustentabilidade melhora a imagem da marca, atrai consumidores conscientes e pode resultar em economias significativas a longo prazo.
Ignorar essa questão, por outro lado, pode levar a problemas legais, danos à imagem da empresa e custos elevados devido à ineficiência e desperdício.
A sustentabilidade nos processos industriais está se tornando um pilar estratégico para muitas empresas, que estão percebendo suas vantagens tanto no aspecto ambiental quanto no econômico.
A seguir, listamos os principais benefícios da implementação de uma indústria sustentável.
Ao adotar medidas de eficiência energética e de gestão de resíduos, as indústrias reduzem seus gastos operacionais.
Uma melhoria de sistemas que otimiza o uso de água e energia diminui a dependência de recursos naturais e economiza dinheiro ao longo do tempo, por exemplo. Além disso, o reaproveitamento de materiais e a redução do desperdício minimizam despesas com descarte e novos insumos.
Organizações que demonstram compromisso com a sustentabilidade ganham confiança no mercado.
O público e os investidores estão cada vez mais atentos às práticas responsáveis e, muitas vezes, preferem produtos ou serviços que adotam padrões ESG (Ambientais, Sociais e de Governança).
Um exemplo é o aumento do consumo dos produtos orgânicos no Brasil. O Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil, inclusive, apontou um crescimento de 16% na procura desses itens entre 2021 e 2023.
Com as normas ambientais se tornando mais rigorosas, as empresas que adotam práticas sustentáveis têm mais facilidade em cumprir regulamentações, evitando multas e prejuízos.
Investir em tecnologias limpas ajuda a manter a conformidade com as leis de emissões e controle de emissões de carbono, por exemplo.
A sustentabilidade impulsiona a inovação na indústria, levando ao desenvolvimento de novos produtos e operações mais ágeis.
Indústrias que investem em tecnologias para reduzir sua pegada ambiental conquistam o cenário perfeito para criação de itens mais competitivos e com maior valor agregado.
Além disso, soluções como a economia circular, onde os resíduos de um processo se tornam insumos para outro, geram novas oportunidades de negócios.
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O conceito ESG (Ambiental, Social e Governança) tem ganhado destaque na indústria com a integração da sustentabilidade aos processos produtivos.
Trata-se de práticas ambientais, sociais e de governança que as empresas devem adotar para operar de maneira responsável e gerar resultados positivos.
No contexto industrial, a adoção de práticas ESG compreende a implementação de ações que reduzem emissões de carbono, otimizam o uso de recursos naturais e promovem boas condições de trabalho.
Assim, a integração de ESG nas operações contribui diretamente para as indústrias se alinharem com regulamentações globais e colocarem em prática a sustentabilidade industrial.
Uma indústria sustentável precisa adotar práticas que reduzem o impacto ambiental e promovam o uso consciente dos recursos.
Para isso, listamos algumas práticas mais alinhadas a estratégias ambientais:
Segundo o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 86% das indústrias entrevistadas possuem soluções de redução do consumo de energia.
Implementar tecnologias que otimizem esse gasto, como iluminação LED e sistemas de gestão de energia, é necessário. Máquinas e processos de produção podem ser energeticamente intensivos, por exemplo.
Por isso, investir em equipamentos mais eficientes e utilizar fontes de energia renovável, como a solar, diminui a pegada de carbono e os custos operacionais.
Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que das empresas entrevistadas, 75,1% implementam práticas de reciclagem e reuso de materiais.
A fabricação de placas eletrônicas, por exemplo, consiste no uso de metais, plásticos e outros materiais que podem ser reciclados. Neste caso, é primordial estabelecer um sistema de reciclagem interno e parcerias com fornecedores de resíduos eletrônicos.
Assim é possível contribuir para reduzir o desperdício e preservar os recursos naturais, além de evitar a contaminação ambiental, ao destinar substâncias adequadamente tóxicas.
Adotar ações de fabricação limpa ajuda a reduzir o uso de substâncias químicas nocivas e otimizar os recursos hídricos e materiais. Em placas eletrônicas, por exemplo, a soldagem e o acabamento de componentes muitas vezes utilizam esses produtos.
Alternativas menos poluentes ou processos que eliminam o uso de substâncias tóxicas melhoram a segurança dos trabalhadores e o impacto ambiental.
Substituir materiais convencionais por opções mais ecológicas, como plásticos biodegradáveis ou reciclados e metais de origem certificada, é uma forma de reduzir o impacto ambiental.
Empresas que investem em materiais sustentáveis para a produção de placas eletrônicas, por exemplo, além de contribuir para o meio ambiente, se destacam no mercado por sua responsabilidade ambiental.
A sustentabilidade industrial, tanto no Brasil quanto no mundo, está se tornando um tema cada vez mais relevante devido às crescentes demandas ambientais e sociais.
No Brasil, as indústrias estão integrando ações sustentáveis como forma de alinhar suas operações aos critérios ESG, contribuindo para a diminuição de impactos ambientais e a promoção de uma economia circular.
Inclusive, o Brasil foi representado no ranking global de sustentabilidade de 2024, com 27 empresas figurando na lista. Desenvolvido pela S&P Global, o “Anuário de Sustentabilidade – 2024” tem como objetivo analisar o desempenho corporativo mundial em relação aos critérios ESG.
Nenhuma organização brasileira atingiu o top 1% do estudo, embora cinco tenham alcançado o top 5% e outras cinco se posicionaram entre as melhores no top 10%.
Globalmente, o movimento é impulsionado por regulamentações mais específicas e pela pressão de consumidores e investidores que valorizam a responsabilidade corporativa.
A implementação de tecnologias limpas, o uso eficiente de recursos naturais e a busca por fontes de energia renováveis são tendências que moldam o futuro das indústrias, promovendo tanto a sustentabilidade econômica quanto a preservação ambiental.
Com a crescente pressão por práticas mais ecológicas, as indústrias estão adotando inovações e estratégias que minimizem o desperdício, utilizem recursos de maneira eficiente e atendam aos critérios de sustentabilidade. Abaixo, estão as principais tendências:
Muitas indústrias estão trabalhando para eliminar substâncias químicas nocivas, como chumbo e mercúrio. Algumas normativas e diretrizes foram e estão sendo desenvolvidas para apoiar essas práticas.
Uma delas é a RoHS (Restrição de Substâncias Perigosas). Trata-se de uma diretriz da União Europeia que restringe o uso de materiais perigosos em equipamentos elétricos e eletrônicos, promovendo uma produção mais segura e sustentável.
O Brasil ainda não possui uma norma específica equivalente, mas adota medidas de sustentabilidade para reduzir a presença de substâncias perigosas em materiais industriais.
Na prática, o setor industrial brasileiro já segue diretrizes de sustentabilidade inspiradas em regulamentações internacionais, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e ISO 14001.
Um exemplo é a utilização de soldas sem chumbo e materiais menos agressivos ao meio ambiente, o que minimiza os riscos à saúde e reduz a contaminação ambiental.
A indústria de eletrônicos no Brasil tem avançado em programas de reciclagem, principalmente para recuperar metais valiosos de placas eletrônicas descartadas. Segundo a Green Eletron, entidade responsável pela logística reversa de eletroeletrônicos, foram recicladas 4,5 mil toneladas de resíduos eletrônicos em 2023, incluindo baterias e outros componentes.
Esses programas exigem a necessidade de remoção de novos materiais e contribuem para a diminuição dos riscos de contaminação do solo e da água com substâncias tóxicas dos resíduos, promovendo um ciclo de economia circular.
Além disso, a reciclagem de eletrônicos pode ser altamente vantajosa economicamente: estudos mostram que, se o Brasil aumentasse a reciclagem de seu lixo eletrônico, poderia gerar até 40 mil empregos e movimentar cerca de 800 milhões de reais ao ano.
Atualmente, o país ainda recicla uma pequena parcela desse lixo, mas empresas especializadas em logística reversa estão intensificando seus esforços para reverter essa situação, ampliando a rede de coleta e conscientização.
Segundo o Atlas da Eficiência Energética de 2023, esses aportes permitiram uma média anual de R $ 495 milhões aplicados em pesquisa e desenvolvimento, impulsionando a modernização de equipamentos e processos fabris.
A indústria de base no Brasil, especialmente os setores de metais e alimentos, apresentou soluções como a automação de processos de operação e iluminação inteligente para diminuir o consumo de energia e, consequentemente, a pegada de carbono.
Esses esforços foram reconhecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que registrou uma economia de 63,6 TWh ao longo de duas décadas, equivalente a retirar a demanda de cerca de 15 milhões de residências.
Essa transição para processos energeticamente eficientes demonstra o compromisso do setor com a sustentabilidade e com a redução de custos operacionais
O conceito de “design para desmontar” permite que produtos eletrônicos sejam facilmente desmontados no final de sua vida útil, facilitando a reciclagem e o reaproveitamento de componentes.
As indústrias estão cada vez mais incorporando essa ação para atender às regulamentações e promover uma economia circular.
A rastreabilidade dos materiais utilizados na fabricação é uma prática importante.
Para isso, é interessante utilizar ferramentas de rastreabilidade para garantir que os materiais utilizados na indústria foram obtidos de forma ética e sustentável. É importante fornecer aos consumidores informações sobre a origem dos componentes e sua conformidade com práticas sustentáveis.
Apostar nessas tendências ajuda a controlar o impacto ambiental das indústrias e oferece vantagem competitiva ao alinhar a produção às expectativas dos clientes em relação à responsabilidade ambiental e inovação.
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