Terceirizar placas eletrônicas: tudo que você precisa saber

terceirizar placas eletrônicas

A terceirização industrial consiste em utilizar da expertise de fornecedores parceiros com objetivo de otimizar os recursos e a qualidade da entrega final de produtos e serviços. No segmento eletroeletrônico, terceirizar placas eletrônicas é uma estratégia de gestão que pode garantir a qualidade dos componentes e os investimentos.  

Esse processo pode agregar especialização, competência, eficiência e tecnologias diferenciadas aos produtos por meio da mão de obra especializada e de um ambiente adequado para a realização de demandas específicas. 

Com o avanço da quarta revolução industrial, empresas, economia e consumidores podem se beneficiar de forma substancial com as parcerias entre empresas de atividade-fim e montadoras especializadas, na medida em que a qualidade que chega ao consumidor pode ser ampliada. 
Neste post, entenda como funciona a terceirização, quais são os principais passos para implementar esse regime de contratação e saiba se sua empresa deve terceirizar placas a produção de placas eletrônicas.

Como funciona a terceirização de placas eletrônicas?

O modelo de contrato em que uma empresa parceira é escolhida para efetuar um projeto do início ao fim, desde a compra de componentes do circuito eletrônico até a entrega do produto final, é conhecido como terceirização total, também chamada de terceirização completa ou turn key

Nele, a empresa contratante delega ao fornecedor que realiza a montagem de placas a execução das funções estratégicas do projeto. 

Esse é um tipo de contrato cada vez mais comum e que pode beneficiar a gestão produtiva do processo de montagem das placas ao transferir funções que vão além do operacional.

Na prática, a empresa contratante que utiliza desse regime de contrato pode se beneficiar da especialização, competência, eficiência de mão de obra e de um ambiente adequado para a realização de demandas específicas à produção de placas com menor custo, dentro dos prazos e com menores chances de erro.

Leia também: Quais são as vantagens de um projeto turn key para a indústria eletroeletrônica?

Como escolher o parceiro certo para terceirizar placas eletrônicas?

A escolha da montadora ideal para firmar a parceria requer a análise da capacidade técnica e expertise do fornecedor no segmento, bem como a afinidade com o cliente e a realização de visitas técnicas para inspeções in loco. 

Nesse processo, é importante observar aspectos importantes:

Qualidade dos equipamentos


A excelência na linha de produção de uma placa se deve, em grande parte, à qualidade dos equipamentos. Uma boa soldagem, por exemplo, é crucial para o resultado final e pode ocasionar retrabalho ou mesmo a entrega de produtos em qualidade inferior, caso as máquinas não executem com eficiência. 

Por meio do cálculo de OEE, é possível medir a disponibilidade, performance e qualidade dos equipamentos, bem como se eles estão com baixo rendimento ou mesmo ociosos, fatores que impactam na produtividade fabril.

A gestão da manutenção das máquinas é outro ponto que pode gerar resultados aquém da expectativa do cliente quando feita fora dos padrões de qualidade. 

Gestão capacitada


Observar a capacidade técnica e as ferramentas para a gestão dos ciclos de produção envolve a avaliação produtiva dos equipamentos, ou seja, estimar os prazos de produção para garantir se as máquinas são capazes de entregar projetos destinados às montagens dos componentes. 

Layout fabril

O layout de fábrica, ou posicionamento das máquinas, pode ser um diferencial para a rapidez dos processos que dependem das necessidades de cada produto ou serviço executado.Uma fábrica eficiente de placas eletrônicas deve ser capaz de construir um layout customizável que configure sua produção às necessidades dos projetos realizados, a fim de entregar aos clientes um resultado mais rápido e com qualidade assegurada.

Sustentabilidade


Ações de sustentabilidade industrial realizadas para melhorar a relação com o meio ambiente devem ser contínuas, e os contratos de terceirização apresentam aderência com essas práticas, na medida em que redes de cooperação são base para redução de desperdício, maior especialização e melhor uso dos recursos naturais.

Por isso, é importante entender se o fornecedor terceirizado atua com inovação em processos ambientais e com formas alternativas de reaproveitar resíduos industriais.

Escolher uma montadora lead free, que atua com montagem sem solda, também garante a adequação do produto a mercados internacionais, onde ligas de chumbo não são mais aceitas.

Certificações

As certificações de qualidade, a exemplo da avaliação ISO, são o registro formal de que a empresa atende aos padrões exigidos pelo mercado, pois estabelecem não apenas normas para processos mas também para gestão de pessoas e sistemas. 

A ISO 9001 é uma das mais conhecidas e permite garantir eficiência em critérios globais e sistemáticos de qualidade, além de vantagem competitiva frente aos concorrentes. Além dela, também há a ISO 13485 e a CBF, certificações importantes para os empreendimentos que desejam produzir para a área médica.

Logística e transporte

A eficiência em logística e transporte, bem como na qualidade de fornecedores, armazenamento, compras ou transporte de componentes faz a diferença no custo e no prazo de entrega de um produto.

Uma empresa atuante com terceirização total que possui um bom relacionamento com fornecedores pode garantir que a experiência com o lead time de compras influencie de forma positiva na compra de lotes de componentes, evitando atrasos ou mesmo a interrupção da produção com recursos desperdiçados.

Etapas pré e pós-montagem

Quando há a escolha da empresa por terceirizar placas eletrônicas, cada uma das etapas da montagem de componentes possui peculiaridades e exigências que devem ser seguidas para que tudo saia dentro do previsto.

Veja como funciona cada uma delas:

Compras de componentes

A compra de componentes pela indústria contempla aspectos relacionados ao tipo e à qualidade do produto que envolve conhecer as peças adquiridas, ainda que o contrato não seja de terceirização total (no qual a própria montadora realiza as compras). 

Nesse sentido, é importante entender os processos da montagem que podem ser monitorados por documentos que auxiliam na escolha dos melhores itens. São eles: o checklist de dimensões de placas eletrônicas e o checklist para a montagem de placas.

Além das dimensões e especificidades das placas, dois aspectos podem ser avaliados:

  • Obsolescência das peças: optar por um componente perto da obsolescência é dispendioso pois, à medida que os lotes vão chegando ao fim, o produto torna-se cada vez mais caro, o que eleva o custo final do projeto. Por essa razão, a rotina de revisão de listas de compras de componentes deve ser adotada.
  • Embalagem: escolher embalagens de rolo, bandeja, tubo ou a granel é um processo que pode impactar nos custos. Quando comprado solto, o componente precisa passar por um processo de customização ou pode exigir mais trabalho da montadora.

Armazenamento

Adotar boas práticas para armazenar componentes eletrônicos é a certeza de que eles estarão em perfeitas condições de uso no momento da montagem. O armazenamento inteligente pode impactar no controle exato do que entra, do que sai, qual a posição no estoque, do monitoramento de condições de temperatura e umidade, entre outros fatores. 

Nesse sentido, a terceirização total pode reduzir custos de armazenamento para manter os lotes em caso de pouco espaço no estoque, ou da necessidade de contratar pessoas e estabelecer processos novos para garantir que os produtos se mantenham em boas condições. 

Testes

A etapa de testes funcionais é a mais importante após a montagem de placas por ser  indispensável para a garantia da qualidade do produto. Testar placas pode reduzir custos adicionais com retrabalho ou quando há necessidade de recolher um lote de má qualidade.

Além do teste funcional, existem outros tipos específicos de testes para placas eletrônicas como Boundary Scan, o teste elétrico com cama de pregos e a verificação de placas por raio-x, indicado para projetos com alta complexidade.

Terceirização para demandas específicas


Empresas que atuam em segmentos específicos possuem necessidades particulares na montagem de placas. Alguns nichos de mercado podem contar com particularidades que influenciam na linha de produção e que impactam na escolha dos fornecedores terceirizados. 

Confira alguns exemplos:

  • As novas tecnologias em saúde têm exigido a criação de produtos específicos e cada vez mais precisos. Alguns aparelhos tecnológicos da área médica, quando apresentam irregularidades, podem significar o insucesso de uma cirurgia ou procedimento, o que pode ser fatal. Por isso, a gestão de componentes para saúde e a montagem de placas para saúde devem possuir padrões rigorosos de testes e acabamento.
  • Outro segmento que vem se modernizando é o de máquinas agrícolas com soluções tecnológicas para desenvolver o plantio, colheita e manutenção de plantações. Por atuar com máquinas que ficam expostas a condições adversas, isso  influencia nas condições de montagem de placas, que precisam de acabamentos especiais.
  • A indústria aeroespacial também exige cuidados especiais na montagem eletroeletrônica. A engenharia aeroespacial tem evoluído continuamente para garantir a execução de projetos aeroespaciais que sejam testados e verificados diversas vezes antes de serem colocados em funcionamento.
  • Na indústria eletroeletrônica, produtos de alto valor agregado, em que a falha de um único componente ou mínimo erro pode representar uma perda financeira expressiva, necessitam de expertise e cuidado individualizado. Para efetuar a montagem de produtos de alto valor agregados, a terceirizada precisa conhecer a fundo o projeto, os componentes e as variáveis de possibilidades do projeto.
  • Para a montagem de protótipos, o ideal é contar com a parceria de uma equipe que saiba encontrar possíveis erros e exaltar as potencialidades do produto por meio de pequenos ajustes ainda em fase de acabamento e, em geral, utilizando inovação embutida.  

Benefícios fiscais para terceirização de placas eletrônicas


No Brasil, alguns benefícios fiscais são destinados à indústria eletroeletrônica e aplicados para baratear custos, incentivar a produção e estimular a competitividade das empresas no mercado internacional. 

Ao terceirizar placas eletrônicas, o benefício mais utilizado é o da Lei de Informática (Lei Nº 8.248 e regulamentações complementares), em vigor desde 1991, que oferece a redução de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento. 

Por isso, contar com um parceiro para terceirizar placas eletrônicas que atendam aos quesitos para o acesso aos benefícios pode reduzir os custos e garantir mais robustez ao resultado final do projeto.

Subvenção de projetos


Nesse cenário de fomento aos incentivos para inovação, em que contratar uma empresa para terceirizar placas eletrônicas pode garantir alguns benefícios fiscais para a subvenção de projetos, além da Lei da Informática, há outros tipos de financiamento que tratam de recursos diretos. 

Confira alguns exemplos que podem auxiliam nesse processo:

Linhas de crédito

As linhas de crédito para tecnologia funcionam como empréstimos e requerem o cumprimento de critérios de viabilidade do projeto e contrapartidas econômicas e sociais.

As duas principais fontes de recurso dessa categoria são

  • Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Sustentável (BNDES): prioriza investimento em produtos, programas e fundos para tecnologia. Linhas de crédito como Cartão BNDES, BNDES Automático, MPME Inovadora, Proengenharia dependem da natureza do projeto e do valor necessário para investimento.
  • Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP): promove recursos advindos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Assim como as linhas de crédito do BNDES, os empréstimos são divididos por modalidades.

Recurso não reembolsável

Um financiamento não reembolsável é aquele no qual a empresa tem acesso ao recurso, porém não precisa devolver valor ao fundo que financia. 

Esse tipo de verba passa por editais governamentais que se enquadram em requisitos destinados a setores específicos do mercado. 

Nesse contexto, manter uma parceria com uma empresa especializada na montagem de placas eletrônicas e com expertise constatada pode ser uma vantagem.

Sejam elas grandes ou pequenas, saber que pode contar com um parceiro que pode orientar sobre caminhos, evitar erros e isentar o cliente de dores de cabeça é uma vantagem competitiva.

Entenda se a sua empresa deve terceirizar a produção de placas eletrônicas com o nosso quiz:

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